O grande problema da Estrutura Fundiária no Brasil
é a extrema concentração de terras. A maior parte das terras ocupadas e os
melhores solos encontram-se nas mãos de pequeno número de proprietários, os
latifundiários. A expansão das áreas ocupadas pela agropecuária acabou
contribuindo para agravar ainda mais esse problema. As lutas camponesas no
Brasil começaram a se organizar desde a década de 1950, com o surgimento e a
criação do Estatuto da Terra e a promessa de uma Reforma Agrária. Estratégia
utilizada pelos governantes para apaziguar, os camponeses e tranquilizar os
grandes proprietários de terra.
Ao abordar esse
assunto em uma aula de Geografia a Professora, colocou em debate a atuação e
organização do MST no Brasil, das atividades realizadas pelos jovens da CFR a
jovem Iorrana ex - acampada conta sua
história:
MST - Movimento dos Sem Terra.
“Em 1997,
pequenos grupos de família se organizaram nas margens da BR próximo a cidade de
Ivaiporã, em busca de um lugar para viver com dignidade, pois muitos foram para
a cidade forçados.
Depois de
alguns meses resolveram ocupar um
latifúndio, pois era injusto o que estava ali acontecendo, a propriedade era
muito grande, tinham poucos empregados e muitos gados e essas terras foram adquiridas ilegalmente.
As
famílias tiveram que persistir com muita luta força de vontade e organização
para que pudéssemos ter hoje o Assentamento.Lá havia muitos jagunços,
trincheiras, ameaças de morte e de desocupação.
Com o
passar dos dias foi improvisado uma escola em barracos de lona, não havia casa, só barracos. Depois de alguns anos foram
feitas algumas de madeira, onde passou a funcionar a escola, mas eram poucas,
não tinha energia e nem água, e tudo que se tinha era distribuído em coletivo.
Quando eu
e minha família já estávamos melhor, já tinha mais casas de madeira, água
encanada e luz. Uma lâmpada para cada casa, nós não podíamos ter chuveiro, pois
era muito gasto, e todos usava da mesma energia, a estrutura da escola, da
igreja e do posto de saúde já eram bem melhores também, mas ainda tínhamos
muitas ameaças de desocupação.
As coisas
só melhoraram um pouco, depois que o governo comprou as terras, e então fomos
para os nossos lotes, dos quais ainda
ficamos três anos sem energia e sem casa de madeira ou de lona, também foi
muito sofrido, mas tínhamos ainda a estrada para o ônibus passar para que
pudéssemos ir para a escola.
Hoje está
bom, mas ainda tem muito que melhorar.
Estamos construindo uma escola na parte central do assentamento, onde temos
vários projetos a se regularizar.
De tudo o
que se passou, aprendi que tudo tem sua hora e que não devemos ficar parados
esperando as mudanças, temos que ter organização, compreensão, força de vontade
e nunca desistir dos nossos objetivos, porque trabalho humano é ação dirigida
por finalidades conscientes que permitem ao homem transformar a realidade em
que vive”.
Autora: Iorrana
F. da Silva - 9º ano
Prof. Cleodete
Gomes Dionísio